Corte de juros do Fed: Mercados globais disparam com expectativa de flexibilização monetária

Os mercados financeiros globais atingiram níveis históricos nesta sexta-feira, 12 de setembro de 2025, impulsionados pela crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed) iniciará um ciclo de corte de juros do Fed já na próxima reunião de política monetária. O S&P 500 e o Nasdaq registraram máximas recordes, enquanto o Ibovespa brasileiro fechou no maior patamar em 14 meses, reflexo do otimismo que se espalhou por bolsas de valores ao redor do mundo.
Mercados Globais em Destaque (12/09/2025)
- S&P 500 Futuro: -0,1%
- FTSE 100: +0,3%
- CAC 40: -0,5%
- Nikkei 225: +0,9%
- Hang Seng: +1,2%
- Shanghai SE Comp.: -0,1%
- Petróleo WTI: +0,6% a US$ 62,76/barril
- Petróleo Brent: +0,7% a US$ 66,84/barril
- Bitcoin: +0,5% a US$ 115.053,69
Contexto macroeconômico: Por que o Fed deve cortar juros
O cenário macroeconômico atual nos Estados Unidos apresenta uma combinação rara de inflação relativamente controlada e sinais de desaceleração no mercado de trabalho. Os dados de inflação de agosto mostraram avanço de 2,9% em doze meses, em linha com as expectativas do mercado, enquanto os pedidos de seguro-desemprego alcançaram o maior patamar em quase quatro anos.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, as expectativas de corte de juros do Fed na próxima reunião chegam a 92,5%. “Agora que o mercado de trabalho está enfraquecendo, o Fed se torna a história dominante para os investidores em termos de como abordará essa questão”, comentou Chris Fasciano, estrategista-chefe de mercado da Commonwealth Financial Network :cite[2].
Os mercados precificam atualmente uma probabilidade de 90% de um corte de 25 pontos-base na próxima reunião do Fed, com 10% de chance de um corte maior de 50 pontos-base, segundo dados da LSEG :cite[2].
Impactos no mercado brasileiro
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No cenário local, o Ibovespa renovou a máxima de fechamento ontem aos 143.150 pontos, com alta de 0,56%, enquanto o dólar recuou 0,27%, a R$ 5,3920, menor patamar em 14 meses. O Ministério da Fazenda revisou de 2,5% para 2,3% sua estimativa para o crescimento do PIB em 2025, enquanto a previsão para o IPCA teve ligeira queda, de 4,9% para 4,8%.
O presidente Lula disse em entrevista ao “Jornal da Band” que a taxa básica de juros no Brasil está elevada e que precisa ser estabelecido um “timing” para dar início à redução. Ele evitou criticar o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mas disse que a redução da Selic poderia acontecer ainda este ano.
Perspectivas para os próximos meses
Economistas do Morgan Stanley revisaram suas expectativas e agora projetam que o Fed cortará as taxas em 25 pontos-base em suas próximas quatro reuniões – setembro, outubro, dezembro e janeiro de 2026 :cite[9]. Anteriormente, esperavam cortes apenas em setembro e dezembro.
Nicholas Colas, co-fundador da DataTrek Research, analisou que “com base na história, que tanto o Fed quanto os mercados conhecem, um corte de 50 pontos-base sinalizaria que o Fed está preocupado com o futuro próximo da economia americana” :cite[2].
“Aquelas revisões de empregos são tão extraordinárias que exigem atenção”, disse Yung-Yu Ma, estrategista-chefe de investimentos do PNC Financial Services Group. Os mercados querem ouvir que “há uma mudança clara e penetrante para garantir que essa fraqueza não piore” :cite[2].
Recomendações de investimento em um cenário de corte de juros

Em um relatório recente, analistas do Morgan Stanley recomendaram que os clientes busquem empresas com amplo fluxo de caixa livre, que podem resistir melhor a qualquer correção mais profunda no mercado :cite[4].
Segundo o banco, “empresas com amplo fluxo de caixa livre são autofinanciáveis e podem resistir melhor a qualquer correção mais profunda no mercado”. O relatório destacou empresas como DoorDash, Spotify e FedEx, que devem crescer seus fluxos de caixa livres em mais de 10% em cada um dos próximos dois anos :cite[4].
Riscos e oportunidades
Apesar do otimismo predominante, alguns analistas alertam para possíveis tensões no mercado monetário. Há preocupações de que o aumento recente na emissão de letras do Tesouro dos EUA tenha reduzido a liquidez no setor financeiro, alimentando temores de que os mercados de financiamento possam enfrentar um aperto em setembro :cite[6].
“Há alguma preocupação de que poderíamos ter uma repetição de setembro de 2019 no final do trimestre devido a aspectos técnicos, dias de impostos corporativos e liquidações de cupons”, disse Teresa Ho, chefe de estratégia de curta duração do J.P. Morgan em Nova York :cite[6].
Conclusão: Preparando-se para o novo ciclo de juros
O esperado corte de juros do Fed representa um ponto de inflexão importante para os mercados globais. Embora existam riscos de volatilidade no curto prazo, especialmente com as preocupações sobre liquidez no final do trimestre, o ambiente geral permanece favorável para ativos de risco. Investidores devem considerar rebalancear suas carteiras para incluir setores que tradicionalmente se beneficiam de ambientes de juros mais baixos, mantendo atenção às mudanças nas condições de liquidez do mercado.
Este resumo não é recomendação de investimento. Consulte seu Advisor.
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